terça-feira, 13 de maio de 2014

As obras do outro, tenho. O gato saltou.


Quando acordei tinha aos meus pés um outro eu, como que um pedaço de alma desprendida de mim mesmo. Olhei-o e em tudo era igual. E o meu outro eu fazia o que me lembrava, instantes depois, de ter sido eu próprio a fazer. Ouvi um miado. Uma redoma à minha volta dilatava-se num ritmo cardíaco. Um solavanco e outro miado. Outro miado e um solavanco. O vermelho do céu e da terra unia-nos, a mim e ao meu outro, como cordões bem apertados a este mundo. Outro solavanco... uma luz... e... o gato saltou...

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